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Bem-vindos! Este blog surgiu do meu gosto pela palavra, em especial pela palavra escrita. Desde novo, comecei a tomar gosto pela coisa e a escrever um textinho aqui, um poeminha ali, uma redação acolá. Com o passar do tempo, dei-me conta de que esses escritos se encontram dispersos em pedaços de papel, partes de cardenos etc - pois, com frequencia, a gente guarda memórias da nossa infância e adolescência, mesmo não sendo nada de grande valor literário. Ao crescer, não sei se a qualidade dos textos melhorou em nada, mas a vontade de escrever não me abandonou, ainda que se manifeste esporadicamente, e comecei, então, a questionar meu método de produção e armazenagem - papéis soltos por todos os cantos já não me pareciam a melhor maneira. Surgia, assim, a ideia de fazer um blog. Da ideia até sua execução, passaram-se anos, mas finalmente aconteceu. Para entender um pouco mais sobre a escolha do nome, ou sobre o blog em si, leia o post inaugural, clicando aqui. Por fim, muito embora não haja aqui organização quanto a temas, tipos ou formas textuais, preferi separar os textos em versos numa outra página a que chamei de "Líricos". Caso tenha interesse em visualizar esses textos, basta clicar aqui ou no link que se encontra à direita se sua tela. Boa leitura!

terça-feira, 29 de março de 2011

Daminha de papel

Coisinha tão pequena
Daminha de papel
Eterna princesinha
Docinho de mel
Te embalo em meus bracinhos
Bracinhos de Morfeu

Dorme, minha daminha
Docinho de mel
Sonhe com os anjinhos
Que estão além do véu.

Eterna princesinha
Coraçãozinho meu
Anjinho de candura
Saudades sinto eu
Agora tens teu berço
Com o Papai do Céu

Dorme, estrelinha
Brilha nos sonhos meus
Descansa, meu anjinho
Nos vemos lá no céu.

(uma singela homenagem àqueles que nem bem nascem e já têm que partir... uma humilde expressão de condolência para com aqueles que, cedo demais, são forçados a dizer adeus aos seus pequenos)

terça-feira, 15 de março de 2011

Só Não Sei Fazer Música

Sempre quis compor música, mas nunca consegui (pelo menos, não uma séria). Acreditava que até seria capaz de fazer a letra, mas na hora de fazer a melodia... não sai! O texto que se segue foi só uma forma de lidar com/brincar com/externar essa frustração. Nem sei como ficou, foi feito meio de improviso. Virgílio (o autor latino) me teria feito esperar nove anos antes de publicar. Tenho mais pressa que isso, não pude esperar, de todo modo, espero que sirva ao menos pra passar o tempo.

Posso fazer bastante coisas com um texto. Pode até não ficar bom, não valer nem a tinta que gaste, mas posso fazer. Posso começar piano, suave, com palavras sibilantes, sussurradas, deslizantes, aspiradas, que suspiram suavemente o doce som dum silvo corrente que sopra sobriamente num silencioso sábado de manhã. Posso entrar num crescendo, numa torrente de verbos e outras formas lexicais, substantivas, pronominais, adjetivas, adverbiais, determinantes e outras variantes que se põem a imprimir um ritmo alucinante de verborréia constante que não se permite nem mesmo o instante de um breve suspiro refrescante que o sumário vagar de um humilde estanque poderia propiciar ao infeliz ser que busca desesperadamente o momento preciso de uma pausa gráfica para um fugaz alento salvador inspirar! De improviso, paro, numa fermata retardo o que devia continuar, já sobra tempo pra respirar. Posso fazer uma frase valsada em batida ternária com a sílaba tônica impondo essa mossa a cada compasso que há. Quero, posso, mudo o troço pra cadência de dois pulsos - aqui um, um acolá. Só não me mande fazer nada em 19/16 porque aí já é sacanagem! E essa última frase, que disparate, ficou dissonante! Com palavras, acredite, posso ritmo, rima e métrica, posso fazer estética feia ou bela, só não posso musicar! Posso fazer bastante coisas com um texto. Só não sei fazer música...

domingo, 13 de março de 2011

Código de Barras

Devíamos todos nascer já com um código de barras, né? Sim, porque facilitaria bastante a vida de toda essa gente babaca que insiste em rotular os outros. Só não sei se um único código seria o suficiente, afinal é tanto rótulo que tem por aí que um só talvez não bastasse.

Não sei o que leva um sujeito que não te conhece crer que pode te olhar e em dois minutos (ou dois anos, que seja!) pensar que, de fato, sabe algo a teu respeito. "Não se conhece bem uma pessoa até que tenham comido juntas um quilo de sal", mas o sujeito nem se sentou à sua mesa e já se sente competente pra falar as asneiras que quiser. A pessoa não mora contigo, não paga as tuas contas, não leu metade dos teus livros, em suma, nada sabe a teu respeito, mas pensa que sabe, quando na verdade trata-se de uma pessoa preterível, dispensável, desimportante...

Dá vontade de aplicar a dose de sal ao estilo Virgulino Ferreira da Silva, o famoso Lampião. Pra quem não conhece, reza a lenda que Lampião fez comer um quilo de sal, de uma vezada só, a um sujeito de seu bando que reclamou da comida preparada para eles por uma senhora idosa, dizendo que estava insossa. Ao fim da refeição, Lampião perguntou - "não era sal que você queria? Pois sal você vai ter!" - e pediu à velhinha que trouxesse logo um quilo. Quando terminou de comer o sal, o sujeito passou mal e morreu. Não desejo a morte de ninguém, mas vale a lição.

Agora, nem sei porque estou me importando com isso, pois, como falei, geralmente são pessoas desimportantes que fazem desse tipo de coisa. "Então por que da revolta?", alguém pode perguntar. Não sei... talvez porque seja dever de todo ser humano se indignar com seus semelhantes de tempos em tempos, sob pena de ser cúmplice da prevalência da escória sobre os bons costumes e o bom senso. Afinal, como disse certa vez Martin Luther King, "o que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más, mas a indiferença e o silêncio das pessoas boas". E fim de papo.