No oitavo dia, Adão passeava
distraído pelo jardim quando avistou Eva!... Ah, Eva!... sentada ali, na beira
de um pequeno e tranquilo lago, brincava de passar os dedos sobre as águas,
deixando o rastro de pequenas ondinhas que se propagavam até sumir. Adão a olhava
admirado, prostrado diante de tanta beleza. Aqueles longos cabelos que lhe
cobriam os ombros, aquela pele de aparência tão sedosa que brilhava aos raios
de sol que se refletiam também sobre as águas, seu semblante tranquilo, quase angelical,
sua delicadeza, sua docilidade... Todo o seu aspecto deixava Adão tão entregue
que tinha a inequívoca certeza de que, para ele, ela seria a única no mundo! Assim,
movido pelos mais nobres desejos, encheu-se de ânimo e foi falar-lhe:
- Eva, bendita, inspiração dos
meus sonhos, fruto de minha carne, companheira dos meus dias, casa-te comigo,
tenha os meus filhos e seja a mãe de toda a Terra!
Ao que ela respondeu:
- Oh, Adão, homem sábio e viril, meu
guardião e protetor, distinto senhor, eu bem quisera, mas tu gostas de peras,
eu prefiro as maçãs; tu gostas das nozes, eu prefiro avelãs... Somos tão
diferentes! Não funcionaria...
- Mas, Eva!...
E foi essa a história do fim da
espécie humana.
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